sexta-feira, 24 de abril de 2015

O Outro Lado Da Moeda 8 - Reconstrução


Pré-requisito (obrigatório): O Outro Lado da Moeda 7

Autor: Gustavo Spina

Estamos cansados, chocados, destruídos. Em praticamente todos os textos fomos surrados pela dura verdade de um mundo que a pouquíssimo tempo nós nem ao menos imaginávamos que existia. Fomos expostos a incessantes raciocínios, evidências, argumentos e provas que nos mostraram que praticamente TUDO em que acreditamos, ou acreditávamos, por toda nossa existência, não passa de uma mera mentira. Vamos então dar uma pausa, recapitular, repensar e organizar todas estas ideias na cabeça. Vamos nos reconstruir, para podermos conseguir realmente entender, e principalmente, aceitar a tudo isso; pois agora que chegamos até aqui, não há mais volta, e só nos resta seguir em frente.

Nossa personalidade, em seus diversos aspectos, incluindo até a maioria de nossas tomadas de decisões, é extremamente moldada pela sociedade em que vivemos. Vale lembrar que isto pode ser demonstrado pelo simples e intuitivo pensamento de que bastaria que houvesse a mínima alteração em nosso nascimento, como na data, local, família ou condição, ou mesmo em qualquer momento de nossas vidas, para que praticamente tudo em nós fosse completamente diferente: crenças, cultura, gostos, objetivos etc. E são exatamente essas características que, juntas, formam nossa única, embora na maioria dos casos muito parecida, personalidade.

E mais do que isso: esses aspectos que formam nossa personalidade acabam por definir a nós mesmos como um ser. QUEM sou eu? Sou definido exatamente pela descrição de minha personalidade. E isto nos mostra bastante claramente o porquê somos tão apegados às nossas crenças, e o porquê este apego cresce com a falta de informação, e também com o aumento de nossa idade. Nossas crenças são parte integrante de nossa personalidade e, portanto, parte integrante de nosso ser. Quando postas à prova, automaticamente NÓS também somos postos à prova, o que explica o fato de ser tão difícil aceitar quando isto acontece, o que faz com que, na maioria das vezes, ignoremos os fatos, fazendo com que utilizemos o caminho inverso ao da razão.

Em concordância com isto, quanto menos conhecimento temos, menos informações compõem nossa personalidade, e menos complexos nós somos. Como consequência, cresce a importância de cada uma de nossas poucas características. Devido a isto, quanto mais ignorante somos, no sentido amplo da palavra, que não deve ser entendido como uma ofensa; mais nos apegamos às nossas crenças e mais importantes e significativas elas se tornam. Seguindo a mesma linha de raciocínio, quanto mais tempo vivemos, mais tempo reafirmamos nossas crenças e consolidamos nossa personalidade, nos tornando extremamente mais sólidos e inflexíveis a qualquer mudança de opinião, nos tornando pessoas mais teimosas e convictas de que temos sempre a razão.

Isto nos mostra os motivos da baixa aceitação em relação a tudo o que foi mostrado e discutido em todos os nossos textos, desde o início desta série. Aceitar, mesmo que seja apenas a possibilidade de estarmos errados em quase todos nossos pensamentos, e que somos constantemente enganados em praticamente todas as nossas crenças, por toda nossa vida, é como afirmar que nós somos quase que completamente errados, que somos uma grande mentira. Não é por acaso que estes textos foram criados e postados em ordem cronológica, e que sua complexidade é disposta em ordem crescente. Isto foi feito para que nossa mente pudesse abrir gradativamente, em um ritmo possível e aceitável, para que ao menos algumas dessas informações pudessem ser ao menos consideradas pelos caros leitores.

Entretanto, mesmo sendo gradativo, o impacto de todas essas informações ainda é muito grande e repentino, o que faz com que rejeitemos a tudo isso. É muito mais simples continuar onde já estamos, permanecer em nossas crenças, costumes, culturas e pensamentos. É muito mais cômodo permanecermos em nossa zona de conforto, fechando os olhos para tudo o que foi discutido, achando graça, esboçando ironia ou simplesmente dizendo se tratar apenas “teorias da conspiração”. É muito mais fácil continuar simplesmente sendo quem nós já somos, do que trabalhar em nossa dura e difícil RECONSTRUÇÃO.

Não há outro motivo, além desta enorme inércia mental que cultivamos socialmente, que nos leve a desacreditar do que discutimos. Ora, se soltarmos todas as amarras que nos prendem a tudo aquilo que foi refutado ao longo destes sete textos, e fizermos alguns simples questionamentos a nós mesmos, poderemos constatar isso: POR QUE NÃO? Por que isso tudo não pode ser verdade? Por que tudo em que nós acreditamos não pode ser mentira? Simplesmente porque acreditamos em tudo isso por muito tempo? Ou simplesmente porque muita gente também acredita?

Por que as grandes corporações e governos não podem estar, sim, nos manipulando através de técnicas de manipulação em massa e mensagens subliminares, para que sejamos apenas números, medidos na quantia de seu lucro e bem estar? Por que os grandes líderes mundiais não podem ter arquitetado um grande teatro, criando uma nova cultura de combate ao terrorismo, gerando lucros exorbitantes e nos fazendo apoiá-los em suas incessantes e absurdas guerras em busca de fontes escassas de energia? Por que, neste mundo feito de sistemas, estes mesmos líderes mundiais, que os controlam, não podem ter o poder de excluir aqueles que não se enquadram em seus moldes, e que os ameaçam de alguma forma, assim como fizeram com Kennedy? Por que é que o deus e o messias em que VOCÊ acredita devem, necessariamente, existir? Por que não podemos viver num mundo governado e regido por seres que buscam apenas o poder, cegos pela ganância, criando, por isso, toda esta problemática discutida aqui, desde o começo? POR QUÊ?

Por pura probabilidade, isso tudo é completamente possível. Quando não tratamos de fatos concretos, provas científicas ou cabais, sempre há a possibilidade de estarmos sim errados, assim como existe também a possibilidade, em tudo o que foi discutido, destes textos estarem errados também. A diferença, e o grande segredo de tudo isso é que, antes de termos tanta certeza, antes de nos firmarmos tanto em nossas crenças; devemos conhecer ambos os lados da moeda, para então decidir qual realmente é aquele que carrega a verdade.

A diversidade e mutação genética, que possibilitam a evolução e permanência predominante apenas daqueles que melhor se adaptam ao meio, são características de nossa natureza biológica. Com o desenvolvimento e a evolução de nossa consciência, para que continuemos a nos adaptar melhor ao ambiente e perpetuar nossa espécie, devemos expandir este conceito a ela, modificando constantemente nossa personalidade, considerando sempre a possibilidade de estarmos errados e mudando constantemente de opinião, com a certeza absoluta apenas de que para chegarmos o mais perto possível da verdade, temos que ser uma grande metamorfose ambulante. Formar opiniões é importante para a construção de nossa personalidade, mas ter a humildade de admitir estar errado, e mudá-las quando necessário, é imprescindível para seu aperfeiçoamento.

Vale ressaltar também que procurar um sentido para a vida, um motivo e razão para nossa existência, é algo arbitrário e, apesar de inerente a nós, não é, necessariamente, plausível. Em outras palavras, encontrar um sentido para nossas vidas é algo que nós, seres humanos, buscamos, mas que, se analisarmos de uma forma puramente racional, podemos enxergar que este sentido não DEVE existir. O Universo, a sua existência e a sua vida não têm a obrigação de ter uma razão, um motivo, e muito menos de fazer sentido para você. Este pensamento pode parecer perturbador, mas assim como todo o conteúdo deste blog, isto não significa que seja inválido. Pense a respeito.

Em contrapartida, isto também não significa que este sentido não exista, mesmo porque, somos nós que o criamos. Cada um cria um sentido e uma razão diferentes para suas vidas. Se porventura, devido a tudo o que foi discutido, você perdeu o rumo e não consegue mais enxergar um motivo ou sentido para sua existência, apegue-se à verdade. O milagre da vida, que muitos insistem em procurar, está na beleza de nossa capacidade de mutação e adaptação, por fora e por dentro.

Sendo assim, mude quem você é, seja livre, crie sua própria liberdade, desprenda-se de tudo o que segura o seu ser, e deixe sua mente fluir pelas infinitas possibilidades de pensamento que existem. Reorganize-se e veja que, apesar de tudo o que descobrimos até aqui, é justamente em estar errado, e mudar conforme os erros, que consiste a beleza de nossas existências. Faça da verdade a sua razão de viver e busque-a através da ciência. Aprenda, com ela, que todo o Universo, e tudo que o compõe, é apenas uma única coisa. Nós somos todos um só, somos feitos dos mesmos elementos químicos que as estrelas e constelações, que existem a milhares de anos-luz de nós. Junte seus pedaços, respire, faça uma RECONSTRUÇÃO de si mesmo, MUDE-SE e olhe ao seu redor, na certeza de que você é parte integrante e fundamental de TUDO o que existe. Estude, refaça sua personalidade, prepare-a para mais mudanças. E por fim, não se esqueça de que tudo isso começou com a simples atitude de observar O OUTRO LADO DA MOEDA.

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